terça-feira, 11 de junho de 2013

VPAS realiza Curso de Capacitação para trabalhadores espíritas da Assistência Social

A Vice-Presidência de Assistência Social realizou no sábado passado, dia 08 de junho, o primeiro módulo do Curso de Capacitação dos Trabalhadores Espíritas da Área da Assistência Social, materializando uma etapa dos Projetos: 1) Formação e Discussão da Assistência Social e 2) Sistematização e Difusão da Assistência Social, ambos contidos no Programa de Capacitação e Formação dos Trabalhadores da Assistência Social. 



O Curso de Capacitação nasceu das necessidades apontadas pelos próprios trabalhadores para qualificarem suas ações assistenciais, necessidades estas levantadas nas várias reuniões da VPAS, em dois anos de contato e aproximação pessoal, escuta e aprendizado pelo estado de Santa Catarina, mais precisamente nas reuniões das Rodas de Conversa, dos Núcleos de Estudo e Orientação da Assistência Social – NEASE e dos Encontros Estaduais dos Trabalhadores da Assistência Social – EASESC.

Nos várias reuniões realizadas, discutiu-se muito sobre os desafios colocados para a Assistência Social no seu complexo cenário de mudanças nos modelos de proteção social contidos e regulados pela Constituição Federal, Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e Política Nacional de Assistência Social (PNAS).  E discutiu-se também como o Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita, diante desta conjuntura social brasileira, pode construir seu caminho articulando-se com as redes de serviços públicos.

O Curso iniciado no sábado procurará contemplar em seu conteúdo estruturado em três módulos, a capacitação e qualificação dos trabalhadores, com a intenção de formar um quadro de seareiros que possam multiplicar em suas respectivas URE’s o conteúdo trabalhado no Curso  (acesse o projeto com o programa completo aqui)

Está direcionado para todos os envolvidos no trabalho assistencial das Casas: dirigentes, coordenadores, tarefeiros e assistidos/usuários. Mas, na etapa inicial, a prioridade serão os diretores de assistência social das 16 URE’s e mais um trabalhador de cada uma destas.

Acontecerá sempre nos dias de reuniões do CFE, conforme acordado em reunião da VPAS com as URE’s.


Será realizado pelos Assistentes Sociais Hélder Sarmento, Rosana Sarmento e Edvaldo Roberto de Oliveira, os dois primeiros integrantes da Equipe do Setor de Orientação e Apoio Técnico da VPAS e o último integrante da Equipe da CAPEMISA, Rio de Janeiro.


O módulo de sábado foi ministrado por Edvaldo Roberto, que trabalhou a evolução histórica da assistência social e a concepção tradicional de pobreza trazida pelo modelo religioso/filantrópico, cuja compreensão ele contextualizou no entendimento da Parábola do Mau Rico. A assistência dada aos pobres tinha nas migalhas que caíam da mesa do rico a referência de ajuda. Jamais se pensava em ações que ajudassem  ao pobre erguer-se do chão e sentar-se à mesa, para compartilhar com a abundância do rico. Ele tinha de resignar-se a comer as migalhas do rico. Assim foi construído o modelo de assistência de ordem natural, com base na migalha, na esmola; a pessoa nascia pobre ou rica porque Deus a fez geneticamente assim. A Doutrina Espírita rompe a tradição da concepção naturalista de pobreza e riqueza, como está em o LE, quando Kardec fala das desigualdades sociais e do primeiro direito do homem, que é o de viver, não apenas sobreviver.


E diz Edvaldo: “De uma concepção reducionista, a carência, a pobreza hoje só pode ser compreendida em suas múltiplas dimensões na perspectiva dos direitos à educação, saúde, habitação, emprego e participação, inclusive ser ouvido, acolhido e respeitado”.


Como fazer, então na Casa Espírita, para prestar assistência, com a visão ampliada de
homem integral que o Espiritismo traz , detentor de potenciais imensos e valores subjetivos, de necessidades que vão muito além das carências materiais?


Necessário se faz que o trabalhador estude, conheça, reflita e compreenda a evolução histórica da assistência social brasileira; as diferentes concepções de pobreza; as transformações ocorridas nos modelos de políticas públicas; a mudança do atual paradigma de necessidade material para o de direito social, para avaliar e reavaliar suas ações assistenciais na Casa Espírita, observando se elas estão construindo um espaço de convivência que dê verdadeiramente suporte cristão de atendimento àquele que chega, independente da condição social, crenças e valores que traz. Um atendimento que desenvolva estratégias efetivas para ele alterar suas condições aparentemente limitadoras e potencializar suas capacidades de ação. O acolher, consolar, esclarecer e orientar passa necessariamente pela dimensão ampliada do ser imortal, que se apresenta, em alguns momentos, em situação de fragilidade pessoal e/ou  vulnerabilidade social, precisando de compreensão e suporte afetivo,  social e espiritual. Qualquer um de nós pode estar nesta situação. 


Repensemos a Assistência Social em nossas Casas!

Como referências bibliográficas do Curso, serão publicados brevemente, neste blog, os Cadernos de Textos e DVD’ do EASESC 2012 e 2013, assim como o texto produzido pelo Edvaldo Roberto, intitulado “Uma proposta de atendimento integrado ao ser integral: articulando o atendimento espiritual e o trabalho social do SAPSE”.

Aguardem!!!


 














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